Iniciativa representa um marco regulatório para o setor que beneficiará diversas áreas da economia e da cultura do estado
O Governo do Estado, por meio da Agência Sergipe de Desenvolvimento (Desenvolve-SE), promoveu a primeira oficina de economia criativa para debater os problemas que afetam o setor e as possíveis soluções que levarão à construção do Plano de Desenvolvimento de Economia Criativa de Sergipe, um marco regulatório para o setor beneficiará diversas áreas da economia e da cultura do estado. A iniciativa acontece em parceria com a Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem), Secretaria Especial de Planejamento, Orçamento e Inovação (Seplan) e Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe (Funcap).
A oficina foi dividida em grupos de trabalho para a formatação de cenários para discutir o futuro do setor, seguindo as diretrizes do que estão sendo desenvolvidas pelo Governo Federal e contidas no Plano Nacional da Economia Criativa.
“Convidamos agentes de economia criativa de diversos setores de todo o estado e entidades parceiras para fomentar e trazer esse olhar de prática para a gente desenhar os problemas e as soluções da economia criativa, o primeiro passo para a construção do Plano de Desenvolvimento de Economia Criativa de Sergipe”, explica a assessora de desburocratização da Desenvolve-SE, Isabele Ribeiro.
As ações de institucionalização, formulação e implementação de políticas voltadas para a valorização e apoio das atividades produtivas intensivas em cultura são responsáveis por movimentar uma enorme cadeia produtiva, uma vez que hoje se reconhece que quanto mais denso, diverso e rico o conteúdo cultural de uma sociedade, maiores as suas possibilidades de desenvolvimento.
“A economia criativa tem se apresentado como uma importante solução para a geração de emprego e renda. Atenta a estas oportunidades, a Desenvolve-SE tem coordenado esse planejamento com órgãos parceiros do Governo do Estado, do terceiro setor e a sociedade civil, que compreende os próprios artistas, empreendedores e trabalhadores criativos. A partir desta oficina, foi firmado um grupo de trabalho onde teremos a grande oportunidade de gerar renda para os sergipanos”, pontua o presidente da Desenvolve-SE, Milton Andrade.
Em Sergipe
Considerada dinâmica em desenvolvimento cultural e respaldada pela proteção e promoção da diversidade de expressões culturais que entrega originalidade, singularidade e potencial de crescimento, a economia criativa em Sergipe oferece um caminho para o desenvolvimento que é norteado pela diversidade, cultura, sustentabilidade, inovação e inclusão social.
“Esse é um momento de muita contribuição e expectativa para gerarmos resultado a partir desse plano que será criado por meio da colaboração de tantas mãos, atores de dentro e de fora do Governo. Uma oportunidade para ter voz e vez na construção de um projeto que já está sendo construído a nível nacional, e agora a nível estadual”, comemora a secretária-executiva da Seplan, Melina Tavares.
Para se ter uma ideia da potencialidade de Sergipe quando o assunto é a economia criativa, em 2020, o PIB criativo representou 1,2% do PIB de Sergipe, o terceiro melhor desempenho para o setor no Nordeste. Ainda naquele ano, o estado foi destaque pela participação de profissionais de tecnologia na indústria criativa do estado, ficando em segundo lugar no ranking do Nordeste com 38,5%.
Já em 2021, o valor do PIB da economia foi estimado em R$ 622.377,37. Atualmente, o estado se destaca na média nacional dos profissionais de cultura na indústria criativa, atingindo 13,9%, frente aos 9,1% do país.
O menor estado do país se torna um gigante quando o assunto é produção de softwares. Em 2021, a receita do mercado de software alcançou US$ 45,4 milhões e US$ 26,3 milhões em serviços, consolidando Sergipe como o quinto maior mercado de software do Nordeste. O estado conta atualmente com quatro empresas desenvolvedoras que estão ganhando notoriedade com a produção de games.
Os dados que evidenciam o potencial da economia criativa de Sergipe ratificam que as ações para impulsionar o setor precisam ser pensadas de forma sistêmica e orgânica, focadas na diversidade e inclusão das mais variadas áreas e abraçando todos os agentes que a compõe.